Ola irmãos,
O nosso irmão Diogo resumiu muito bem o que é o Oficio das Trevas, contudo, ainda ficou algumas dúvidas no ar, então buscamos mais uma fonte para enriquecer este belíssimo ato litúrgico. Na minha busca acabei encontrando este texto do D. Prosper Guérange que encontrei no blog Christe Eleyson, onde ele explica de uma forma diferente esta liturgia tão linda de nossa Igreja.
Somente para fins de esclarecimento, esta liturgia em outros países, é costume ser celebrada nos últimos 3 dias da Semana Santa. Aqui no Brasil as paróquias tem o costume de celebrar na Segunda Santa. Aproveitamos também para postar no final o link do Oficio de Trevas que encontramos no site Salvem a Liturgia, fiquemos então agora com o texto do D. Prosper Guérange.
Dá-se normalmente o nome de Trevas ao Ofício de Matinas
e de Laudes dos três últimos dias da Semana Santa, porque esse Ofício era
antigamente celebrado à noite, como os outros dias do ano. Esse nome
também lhe pertence por outra razão: ele tem início à luz do dia e só termina depois
do pôr-do-sol. Um rito imponente e misterioso, próprio somente destes Ofícios,
vem também confirmar esse nome. Coloca-se no santuário, perto do altar, um
grande candelabro triangular, sobre o qual estão dispostos quinze círios. Esses
círios, assim como os seis do altar, são de cera amarela, como no Ofício dos
Mortos. Ao fim de cada Salmo ou Cântico, apaga-se sucessivamente um dos círios
do grande candelabro; um só, aquele que está colocado na extremidade superior
do triângulo, permanece aceso. Durante o cântico Benedictus, nas Laudes,
os seis círios que estavam acesos sobre o altar também são apagados. Então o
Cerimoniário toma o único círio que permanecera aceso no candelabro e o
mantém apoiado sobre o altar durante o canto da Ladainha que se repete depois
do Cântico. Em seguida, ele sai e vai esconder o círio, sem apagá-lo, atrás do
altar. Ele se mantém assim longe de todos os olhares durante a recitação do Miserere e
da Oração de conclusão que se segue a esse Salmo. Acabada essa Oração, bate-se
ruidosamente nos assentos do coro, até que o círio que fora escondido atrás do
altar reapareça e anuncie por sua luz sempre conservada que o Ofício das Trevas
chegou ao fim.
Expliquemos agora o sentido dessas diversas cerimônias. Estamos
nos dias em que a glória do Filho de Deus é eclipsada sob as ignomínias da
Paixão. Ele era a "luz do mundo", potente em obras e em palavras,
acolhido havia pouco pelas aclamações de todo um povo; ei-lo agora despido de
toda grandeza, "o homem doloroso, um leproso", diz Isaías; "um
verme da terra e não um homem", diz o Rei Profeta; um "motivo de
escândalo para os discípulos", diz Ele Mesmo. Todos se afastam dEle ;até
Pedro nega tê-Lo conhecido. Esse abandono, essa defecção quase geral são
representados pelo apagamento sucessivo dos círios do candelabro triangular,
até os que estão sobre o altar. No entanto, a luz desdenhada do nosso Cristo
não se apaga, embora não lance mais seu fulgor e as trevas se tenham feito ao
seu redor. Colocam por um momento o círio misterioso sobre o altar. Está ali
como o Redentor sobre o Calvário, onde sofre e morre. Para exprimir a sepultura
de Jesus, esconde-se o círio atrás do altar; sua luz não mais é visível. Então
um ruído confuso se faz ouvir no santuário, que a ausência dessa última chama
mergulhou na escuridão. O ruído, unido às trevas, exprime as convulsões da
natureza no momento em que, tendo o Salvador expirado na cruz, a terra
estremeceu, os rochedos se fenderam, os sepulcros se abriram. Mas de repente a
luz reaparece sem nada ter perdido de sua luz; o ruído cessa, e todos prestam
homenagem ao vencedor da morte.
(Dom Prosper Guéranger, L'Année
Liturgique, La Passion et la Semaine Sainte, 1875, pp.343-345; trad. Yours
Truly).
Oficio de Trevas - Quinta - Feira Santa;
Oficio de Trevas - Sexta - Feira Santa;
Oficio de Trevas - Sábado Santo;
Em Deus, Fé, Esperança e Amor!
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