Dedicando estes carismas com o qual fomos agraciados nas atividades pastorais da Matriz de Santa Rita de Cássia, nossa casa, no Centro do Rio de Janeiro.


Encontramos na música a porta de entrada para uma vida repleta no Espírito que nos santifica unindo assim louvor, formação e obra para que a palavra de Deus seja edificada.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Deus Uno e Trino (1ª parte)





Os artigos do credo dependem todos do primeiro, da mesma forma que os mandamentos explicitam o primeiro deles, que é amar a Deus sobre todas as coisas. Os demais artigos nos fazem conhecer bem a Deus, tal como se revelou progressivamente aos homens. Nossa primeira profissão de fé é crer em Deus, pois Deus é o “primeiro e o último” (cf. Is 44,6) ele é o começo e o fim de tudo. Deus Pai é a primeira pessoa divina da Santíssima Trindade. Por isso, nosso símbolo de fé começa pela criação do céu e da terra, por que de fato, a criação é o começo e o fundamento de todas as obras criadas por Deus. Crer em Deus Pai é a fonte da verdade sobre o homem e o mundo (cf. Catecismo da Igreja Católica, nºs 198-199).
A confissão da unicidade de Deus (creio em um só Deus), que tem sua raiz na Revelação mesma de Deus, é inseparável de sua existência. Tal confissão é fundamental. Deus é verdadeiramente único.  Afirmar sua unicidade significa confessar um só Deus, por natureza, por substância e por essência (cf. CIC nº 200). Ele mesmo se revela com tal ao seu povo.  “Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6,4) O próprio Jesus o confirmou : Deus é “um só” (Mc 12, 29). Ao revelar o seu nome, Deus se dá a conhecer ao povo. Desvendar o próprio nome é dar-se a conhecer aos outros, doando-se e tornando-se acessível. “Eu sou aquele que sou” (Ex 3,13), exprime a realidade de Deus como ele é, infinitamente acima de tudo o que podemos compreender e dizer. Ele é o “Deus escondido” (Is 45,15); seu nome é inefável, mas também o Deus que se faz próximo dos homens. Deus está sempre presente e junto a seu povo para salvá-lo (cf. CIC nº207). Sendo assim, Deus é a plenitude do ser e de toda a perfeição, se origem e sem fim. Todas as criaturas recebem dele o seu ser e o seu ter, pois ele é rico em amor e em fidelidade. Todas as suas obras são expressão de benevolência, bondade e graça. Crer em Deus, o único (Uno), é amá-lo com todo o ser, isto é, reconhecer sua grandeza e sua majestade, é confiar nele em qualquer circunstância e adversidade.


Por Dom Pedro Cunha Cruz, Bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio, em 
artigo para o jornal O Testemunho de Fé, Ano Ano XXI (XXII) nº 754



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Consagrados para Amar


     No dia-a-dia, considerando a rotina corrida e desgastante que o mundo atual impõe sobre o homem, apenas restou-lhe tempo para pensar em coisas objetivas e corriqueiras que envolvem a vida cotidiana: o trabalho e os problemas que lhe cercam, a escola dos filhos, as compras do supermercado ou as contas vindouras cujo pagamento deve ser programado. Essa realidade contemporânea, resultante das intensas jornadas de trabalho e da agitação dos grandes centros urbanos, choca-se em elevado grau com o que dispúnhamos no passado da humanidade: tempo para refletir a cerca das coisas simples da vida. Tomás de Aquino, Agostinho e Shakespeare são alguns poucos exemplos de escritores e pensadores de outrora cuja problemática da vida e a finalidade da existência humana faziam parte de seus questionamentos diários – nas bibliotecas são encontrados seus escritos, que são perenes na história, e não nos deixam mentir.
     Toda essa introdução foi feita para que chegássemos a uma importante questão: onde se encontra o AMOR no mundo de hoje? Nos últimos tempos, percebemos que, nem ao menos nas coisas corriqueiras do dia-a-dia mencionadas no início, ele pode ser encontrado. Poderíamos pensar que o AMOR foi interiorizado de tal maneira, que ficou naturalizado e mecânico. Contudo, a preocupação é ainda maior. O AMOR foi deixado de lado! Isso está bem claro, à proporção que olhamos ao nosso redor. Corrupção, individualismo, fome e miséria, guerras, destruição são as provas de que algo não anda bem no planeta. O AMOR que, por Deus, foi inserido no seio da humanidade, tem quase que sido expulso do convívio dela, por meio das atitudes frias e calculistas que o homem vem tomando. Entretanto, Deus é persistente e o seu AMOR é vivo e isso pode ser facilmente percebido e sentido, se olharmos com os olhos do coração à nossa volta. 

     Se estivermos cegos de raiva, magoados ou chateados, os nossos olhos ficam cegos. Para que essa cegueira seja curada, só depende de nós! As pessoas cegadas por tais sentimentos geralmente recusam ajuda, como que verdadeiros deficientes visuais que querem manter sua independência e se esquivam quando alguém tenta ajudá-los a atravessar a rua. E isso vai afastando aqueles que amam e querem ajudar. Somente o AMOR cura e transforma, porque esse sentimento emana do Pai, fonte de todo poder a ação modificadora. Deixe se ajudar! Primeiro por Aquele que está lá em cima e cujo AMOR é eterno, imensurável e para todas as horas (Rm 8, 38-39). Depois se deixe ajudar pelo irmão, imagem, semelhança e também fonte do AMOR do Criador.

     Esse seu mesmo irmão que te amará, será responsável por lhe mostrar que AMOR também é SACRIFÍCIO. A cada momento em que deixamos de lado os problemas, as diferenças e as dificuldades do dia-a-dia para seguirmos em frente juntos, abdicando de nós mesmos, reafirmamos esse aspecto. O próprio Pai nos concedeu a maior prova de doação ao nos enviar seu Filho único para remir o mundo de toda a imundice (I Jo 4, 7 – 11) e perpetuar o seu amor através da Igreja, presente e atuante em todo o mundo. E nós, enquanto cristãos que partilham da herança deixada por Deus, temos suma importância no trabalho que essa mesma Igreja vem realizando e, consequentemente, na disseminação do AMOR outrora esquecido. Levar o amor é levar a Cristo. Mas será que temos feito isso de maneira voluntária e despreocupada? É preciso confiar! O próprio Cristo nos diz que nenhum trabalho voltado às coisas do céu deixará de ser recompensado (Lc, 18, 29 30 ). Ele provém os meios e capacita cada um de nós! TODOS nós, sem exceção, somos VOCACIONADOS À MISSÃO E AO AMOR DE DEUS. Essas duas vocações são as chamadas elementares da vida cristã. A partir dela se desenvolverão os demais talentos que nos foram entregues pelo Criador. Se você tem vocação ao matrimônio, à vida religiosa, ao magistério ou a salvar vidas, foi porque você AMOU primeiro.  E se esse AMOR foi verdadeiro, você deixará a obra se realizar em sua vida, como Maria o permitiu de maneira destemida, porque sabia que nada haveríeis de temer (Is 43, 4 – 5b).

     E é de maneira destemida que precisamos seguir em nossa comunidade paroquial, é claro, sempre movidos pelo AMOR. Se esse AMOR deixou de ser a base e o combustível do seu serviço; pare para refletir pois, com certeza, ele não está gerando frutos positivos, apenas se tornando uma obrigação. Peça ajuda! O AMOR é um sentimento construído em conjunto. O AMOR de um único ser por si próprio é egoísta e esconde o individualismo.

     Por fim, vale ressaltar que nada do que foi falado aqui parece ser novidade, porém no estágio atual da humanidade, pequenas reflexões que nos tragam de volta às coisas simples da vida, como o AMOR, são sempre salutares e nos mantém fincados em nossa fé. Não direi que é tempo de mudança, porque tudo o que nos foi escrito e replicado aqui tem origem na Bíblia, escrita há dois mil anos atrás. Aquele era, de fato, o tempo de mudança. O que vivemos hoje é o tempo de AÇÃO. Que possamos agir em prol do outro, movidos pelo AMOR! 

Paz!


Thiago Costa
Em Deus Fé, Esperança e Amor!
Ministério Monte Sião