Dedicando estes carismas com o qual fomos agraciados nas atividades pastorais da Matriz de Santa Rita de Cássia, nossa casa, no Centro do Rio de Janeiro.


Encontramos na música a porta de entrada para uma vida repleta no Espírito que nos santifica unindo assim louvor, formação e obra para que a palavra de Deus seja edificada.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ser discípulo e missionário nos dias atuais

Desde o nosso Batismo, por essa graça do Espírito Santo que nos torna sacerdotes, profetas e reis, somos chamados ao discipulado, ou seja, seguir a Jesus Cristo e com isso, adquirimos a missão de anunciá-Lo a quem ainda não o conhece. Mas nem sempre atendemos a esse chamado e um dos motivos é não saber o que é ser discípulo. Afinal, o que significa isso e o que envolve ter que exercer tal tipo de missão?

“Foi-me dirigida nestes termos a palavra do Senhor: .Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações. E eu respondi: Ah! Senhor JAVÉ, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança. Replicou porém o Senhor: Não digas: Sou apenas uma criança: porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar. Não deverás temê-los porque estarei contigo para livrar-te - oráculo do Senhor. E o Senhor, estendendo em seguida a sua mão, tocou-me na boca. E assim me falou: Eis que coloco minhas palavras nos teus lábios. Vê: dou-te hoje poder sobre as nações e sobre os reinos para arrancares e demolires, para arruinares e destruíres, para edificares e plantares.” Jr 1, 4-10

Assim como Jeremias, Deus nos conhece desde a nossa criação e nos consagra a sermos discípulos-missionários. Devemos considerar os seguintes fatos sobre essa leitura: todo lugar e toda hora é momento para ouvir a voz do Criador que nos chama; o convite que Ele nos faz, mas que depende de nós se aceitaremos ou não, afinal temos o livre arbítrio; se aceitarmos, Ele nos torna capaz, nos dá forças e dons para exercemos este discipulado.

Geralmente, temos mais atenção a essa voz quando temos esse “encontro”, seja por meio de outros irmãos, por orações, por uma simples ida à Igreja, na balada, entre tantas formas. Cada um é chamado de uma maneira única, especial e da forma em que nós estamos, assim como os doze discípulos:

“Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens." Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no. Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.” Mc 1,16-20

É interessante perceber que os discípulos deixam (se convertem), seguem (se comprometem), aderem (tem fé) e confiam naquilo que Jesus propõe a eles.

“Então chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos. Ordenou-lhes que não levassem coisa alguma para o caminho, senão somente um bordão; nem pão, nem mochila, nem dinheiro no cinto; como calçado, unicamente sandálias, e que se não revestissem de duas túnicas. E disse-lhes: Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela, até vos retirardes dali. Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele. Eles partiram e pregaram a penitência. Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam.” Mc 6, 7-13

Com a resposta ao chamado, finalmente iniciam a sua missão que envolve total simplicidade, cumplicidade, obediência, despojamento, capacidade e autoridade dada pelo Mestre e a vida comunitária. Todos esses aspectos se encaixam dentro do ser missionário, ou seja, esse sair para anunciar o Reino de Deus e poder retornar ao lugar de origem, com muitos já conhecendo a Deus e também aceitando essa missão.

Nos dias atuais, vemos o ser discípulo como uma atitude totalmente irracional e perigosa, ainda temos muito medo porque somos apegados ao que temos e ao que somos perante a sociedade. Enquanto a humanidade avança nos seus conhecimentos racionais, o conhecimento de Deus cada vez mais diminui. Para completar, até com nosso Pai temos essa relação de troca que temos no mundo: eu prometo algo a Deus, Ele me dá e eu pago o que to devendo. E pronto, acabou ali, só quando precisar, recorrerei de novo.

Por consequência, esse visão nos leva a ter uma concepção de missão distorcida, na qual só envolve os religiosos e apenas quando eles vão para algum lugar distante, para fazer atos de caridade que levem a estes ao amor de Deus.

O discipulado e a missão vai muito além disso. O despojar-se por Deus não deve ser uma atitude que nos gere vergonha, não iremos perder nada. Podemos viver o mundo, sair, se divertir, ter amigos, como qualquer outro, porém não somos deste mundo e por isso mesmo, não devemos ser apegados ao agora somente. Dessa forma, a nossa visão de missão se modifica: ela começa onde estamos, não só por atos de caridade, mas por palavras, gestos, atitudes e orações.

Os tempos se modificaram e as carências da humanidade não acompanharam esse ritmo. Podemos constatar pessoas mais isoladas, que buscam criar realidades próprias e que fogem – por meios ruins – da maneira que vivem. Por isso, os atos de amor que os discípulos exerciam através das curas físicas permanecem aos discípulos atuais. A nossa missão a cada dia é curar as doenças que os homens e as mulheres possuem atualmente: os vícios e a falta de amor próprio e por consequência, a falta de amor pelo próximo, por exemplo.

De maneira especial, confrontando esses tempos distintos, podemos bem utilizar o exemplo de Pedro: Quando fomos chamados, assim como ele, temos a mesma pobreza e pouco conhecimento; conforme vamos caminhamos, não entendemos a vontade de Deus e a questionamos; temos a possibilidade de vermos Jesus na sua glória; o negamos quando sentimos medo pela perseguição; dizemos que o amamos quando finalmente compreendemos os seus planos; somos pedras vivas que a Igreja se edifica a cada dia; verdadeiramente assumindo este compromisso, podemos evangelizar muitos e nos tornamos pescadores de pessoas. Esse são alguns aspectos dos vários que ainda podemos observar. Caminhamos como Pedro a cada dia e mesmo com tantas coisas, ele permaneceu até o fim.

Ser discípulo-missionário nos dias atuais é algo especial. A estes que escolhem isso e carregam sua cruz a cada dia, seguindo a Jesus, possuem um coração misericordioso, uma vida com dificuldades porém com força para enfrentar a cada uma e a felicidade de poder utilizar seus braços, sua voz para serem instrumentos de Deus, podendo participar das suas infinitas graças, que nos santificam a cada dia.

Dessa forma, o discípulo-missionário se torna fiel por aquilo que Deus é e não somente por aquilo que Ele pode realizar. Isso é essencial, gera em nós uma confiança plena, que se mantém o tempo todo e apesar dos altos e baixos, perseveram até o fim.

Nessas palavras, Deus também nos suscita sobre a Jornada Mundial da Juventude, que ansiosamente esperamos para que muitos finalmente possam aceitar essa voz que chama e assim, ser também discípulo-missionário.

“Ide e fazei discípulo entre as nações” Mt 28, 19

Que Deus a cada dia possa nos conceder a graça de também a conduzir a outros a aceitarem esse chamado de serem discípulos e missionários nesses tempos tão conturbados.

 por Andressa Rodrigues de Souza Silva

BÊNÇÃO DE ENVIO
Animador: Que Deus esteja a nossa frente para nos guiar.
Todos: Amém!
Animador:Atrás de nós para nos impulsionar.
Todos: Amém!
Animador: Dentro de nós para nos iluminar.
Todos: Amém!
Animador: Acima de nós para nos proteger.
Todos: Amém!
Animador: Em nome do Pai...



Um comentário:

  1. Deus nos seja favorável e que o Espírito Santo nos encha de coragem e ousadia para assumirmos nosso papel missionário, nosso discipulado fundamentados na palavra, na oração, no amor.

    Em Deus fé, esperança e amor.

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