Dedicando estes carismas com o qual fomos agraciados nas atividades pastorais da Matriz de Santa Rita de Cássia, nossa casa, no Centro do Rio de Janeiro.


Encontramos na música a porta de entrada para uma vida repleta no Espírito que nos santifica unindo assim louvor, formação e obra para que a palavra de Deus seja edificada.


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Deus Uno e Trino (2ª parte)



Na iminência da abertura do Ano da Fé e cinqüentenário do concílio Vaticano II, seguimos os temas centrais do nosso credo. Tratamos ainda do primeiro artigo de nossa fé, no qual afirmamos a unicidade de Deus como Pai e criador, que se deu a conhecer como verdade e amor. Deus é a origem primeira de tudo e autoridade transcendente, e que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos os seus filhos.
 
                Um dos atributos divinos é a sua onipotência, pois Deus criou tudo, governa tudo e pode tudo. Este mesmo Deus que é amor e é nosso Pai. Ele é o Senhor do universo, cuja ordem estabeleceu; ordem esta que lhe permanece inteiramente disponível. Deus é o Pai Todo Poderoso que mostra sua onipotência paternal pela maneira como cuida de nossas necessidades, pois nos adotou como filhos por sua misericórdia infinita. Deus Pai revelou sua onipotência de maneira misteriosa na encarnação e ressurreição de seu Filho (cf. CIC nºs 270-272). Se não cremos no amor de Deus Todo Poderoso, como poderemos crer que Ele é o Pai que nos criou? Que nos remiu no seu Filho e nos santificou pelo seu Espírito?]
                Segundo o relato do livro do Gênesis “no princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gn1,1). Assim, o símbolo de fé retoma estas palavras, confessando Deus Pai Todo Poderoso como o “Criador do céu e da terra”, “de todas as coisas visíveis e invisíveis” (símbolo niceno-constantinopolitanso, DS 150). Portanto, a criação é o fundamento de todos os desígnios salvíficos de Deus, “o começo da história da salvação”, que culmina com Cristo. O mistério de Cristo é a luz decisiva sobre o mistério da criação, pois desde o início Deus tinha em vista a glória da nova criação em Cristo (cf. CIC, nº280).
A doutrina cristã sobre a criação se reveste de uma importância capital, pois explicita a resposta da fé às perguntas mais fundamentais do ser humano, ou seja, sua origem e seu fim. Deus Pai como criador de todas as coisas pode ser conhecido pela luz natural da razão humana. A fé ilumina a razão humana na compreensão correta desta verdade. Deus Pai criador e ordenador do universo fez todas as coisas por si mesmo, isto é, pelo sei Verbo e sua Sabedoria, pelo Filho e pelo Espírito, pois a criação é a obra comum da Santíssima Trindade.
                Por fim, chegamos a uma verdade fundamental que é proveniente da escritura e da Tradição: “O mundo foi criado para a glória de Deus” (cf. Vaticano II, DS 3025). Portanto, Deus não tem outra razão para criar a não ser seu amor e sua bondade. A glória de Deus consiste em que se realize esta manifestação e esta comunicação de sua bondade, em vista das quais o mundo foi criado. Pois a glória de Deus é o homem vivo e a vida do homem é a visão de Deus (cf. CIC, nº 294). Assim, o fim último da criação é que Deus, “criador do universo, tornar-se-á tudo em todas as coisas (I Cor 15,28), procurando, ao mesmo tempo, a sua glória e a nossa felicidade” (Ad Gentes, 2).
Por Dom Pedro Cunha Cruz, Bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio,
em artigo para o testemunho de fé, Ano XXI (XXII) nº 758

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